Hoje havia um pouco mais de frio, um negro mais pesado e as minhas mãos estiveram
hoje mais vazias... Hoje a memória fugia mais veloz, apertou-me o peito doendo mais
e as lágrimas rasgaram os silêncios mais fundos... e nos sorrisos que perdi e
que hoje recordei, a vida custou mais...
Hoje a voz da saudade falou mais alto e doeu mais, muito mais... Está a
fazer 9 anos que ela morreu e eu continuo sem conseguir encontrar palavras
para o que sinto. Lido mal com a morte, ela
rouba-me a voz e deixa-me num silêncio negro e vazio...
Queria lhe poder ter dito todas as coisas que nunca lhe disse, embora
acredite que ela as soubesse. . Queria encontrá-la amanhã ou depois, sentada no
balcão do seu local de trabalho na mesma cadeira de sempre, na solidão dos seus
dias infinitamente iguais...
Ou simplesmente queria sentar-me junto dela à mesa do café lanchando a
torrada e a meia de leite ou tomar apenas um café... Queria poder sentar-me junto dela, como tantas vezes fiz para falar dos meus
problemas e escutar os dela....Queria contar-lhe que guardo os seus
conselhos bem guardados nas estantes do meu coração! Queria abraçá-la e dizer-lhe
que tenho saudades do seu sorriso e do coração lindo que ela tinha!
Por tudo isso lido tão mal com a morte de alguém querido para mim, a morte rouba-nos
os que amamos e deixa lugares vazios no coração que vão ficando mais frios à
medida que percebemos que afinal não tivemos tempo, nem nunca encontrámos as palavras certas, ou as possíveis, para
dizer adeus.... mas é consolador saber que não é um adeus definitivo.. Em Breve vou poder abraça-la outra vez e
poder dizer aquilo que nunca lhe disse! Essa é uma promessa garantida de Jeová Deus! (João 5:28, 29