quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Hoje a voz da saudade falou mais alto


Hoje havia um pouco mais de frio, um negro mais pesado e as minhas mãos estiveram hoje mais vazias... Hoje a memória fugia mais veloz, apertou-me o peito doendo mais e as lágrimas rasgaram os silêncios mais fundos... e nos sorrisos que perdi e que hoje recordei, a vida custou mais...

Hoje a voz da saudade falou mais alto e doeu mais, muito mais... Está a fazer 9 anos que ela morreu e eu continuo sem conseguir encontrar palavras para o que sinto.  Lido mal com a morte, ela rouba-me a voz e deixa-me num silêncio negro e vazio...

Queria lhe poder ter dito todas as coisas que nunca lhe disse, embora acredite que ela as soubesse. . Queria encontrá-la amanhã ou depois, sentada no balcão do seu local de trabalho na mesma cadeira de sempre, na solidão dos seus dias infinitamente iguais...

Ou simplesmente queria sentar-me junto dela à mesa do café lanchando a torrada e a meia de leite ou tomar apenas um café... Queria poder sentar-me junto dela, como tantas vezes fiz para falar dos meus problemas e escutar os dela....Queria contar-lhe que guardo os seus conselhos bem guardados nas estantes do meu coração! Queria abraçá-la e dizer-lhe que tenho saudades do seu sorriso e do coração lindo que ela tinha!

Por tudo isso lido tão mal com a morte de alguém querido para mim, a morte rouba-nos os que amamos e deixa lugares vazios no coração que vão ficando mais frios à medida que percebemos que afinal não tivemos tempo, nem nunca encontrámos  as palavras certas, ou as possíveis, para dizer adeus.... mas é consolador saber que não é um adeus definitivo..  Em Breve vou poder abraça-la outra vez e poder dizer aquilo que nunca lhe disse! Essa é uma promessa garantida  de Jeová Deus!  (João 5:28, 29